Dias 3 e 4 de fevereiro acontece o seminário “Mulheres Indígenas: lutas, protagonismo e autonomia” na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. O evento é um espaço para compartilhamento de reflexões das mulheres indígenas e dos desafios enfrentados por elas, além de abrir para debates sobre a atuação indigenista junto às mesmas. Estarão presentes representantes de diferentes etnias, movimentos e associações indígenas, além de indigenistas e antropólogas.
O seminário é organizado pela Operação Amazônia Nativa (OPAN), pelo projeto Berço das Águas e pela Rede Juruena Vivo. Conta também com a parceria da Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Nutrição-UFMT, Rede de Cooperação Solidária e Embaixada da Noruega.
No dia 3, o evento tem início com uma roda de conversa junto à Julieta Paredes. Pertencente a etnia Aymara, ela vem contribuído para formular o conceito de “feminismo comunitário” desde as bases indígenas bolivianas. No mesmo dia, à noite, abrem o seminário Telma Taurepang da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), Eloênia Boe Bororo da Organização das Mulheres Indígenas de Mato Grosso (Takiná) e Célia Xacriabá, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), trazendo perspectivas da Amazônia, de Mato Grosso e do movimento indígena nacional.
O evento conta com a presença de várias professoras e acadêmicas indígenas, que têm contribuído com novas epistemologias para refletir sobre as realidades dos povos indígenas brasileiros e amazônicos. As perspectivas indígenas sobre gênero são discutidas no dia 4 pela manhã. Julieta Paredes, co-fundadora do Mulheres Criando Comunidade: feminismo descolonial e comunitário de Abya Yala na Bolívia volta a falar, ao lado de Linda Terena, professora indígena e doutora em antropologia e de Kaiulu Yawalapiti Kamaiurá, da Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas.
Essa segunda mesa será coordenada por Naine Terena, professora indígena e doutora em educação. Perguntada sobre a importância do seminário, Naine contextualiza que “sempre é importante visibilizar o protagonismo das indígenas. Nos últimos anos, temos visto uma maior articulação e isso nos leva a ter que ampliar a visão da sociedade não indígena sobre quem são as mulheres indígenas e sua contribuição para o mundo”.
Na tarde do dia 4, o evento termina com um debate sobre a atuação das organizações indigenistas junto às mulheres indígenas e sobre como essas instituições têm refletido sobre questões de gênero para dentro de suas próprias estruturas. Nurit Bensusan fala sobre o Grupo de Trabalho de Gênero criado pelo Instituto Socioambiental (ISA). Ângela Sacchi, pós-doutora em antropologia, traz uma discussão sobre a relação entre as agendas das mulheres indígenas e o indigenismo. Catiúscia Souza, indigenista na OPAN, traz o histórico de trabalho da organização junto às mulheres indígenas de Mato Grosso e Amazonas. Ela espera que o evento “possa nos trazer à luz as questões que realmente são importantes para as mulheres indígenas na busca pela efetivação dos seus direitos e reconhecimento da representação feminina”. A mesa será coordenada por Tipuici Manoki, professora indígena e graduada em ciências sociais.
O evento é aberto ao público, está sujeito a lotação e as inscrições serão realizadas no momento, com direito a certificado.
PROGRAMAÇÃO
Seminário Mulheres indígenas:
lutas, protagonismo e autonomia
Local: UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso, auditório do INPP – Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal
Data: 3 e 4 de fevereiro
3 de fevereiro, segunda feira (14-17h):
Roda de conversa com Julieta Paredes sobre feminismo comunitário e outros temas.
3 de fevereiro, segunda feira (19h)
Conferência de Abertura
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4 de fevereiro, terça feira (9-12h)
Mesa 1 – Mulheres indígenas e questões de gênero
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4 de fevereiro, terça feira (14-17h)
Mesa 2 – Como as instituições indigenistas trabalham a questão de gênero?
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